quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

Make up.

     Hoje eu resolvi me maquiar. Eu gosto de maquiagem. Gosto bastante. E diga-se de passagem, sei me maquiar muito bem. Porém, maquiagem não faz parte do meu dia a dia a algum tempo. Hoje, eu tava com vontade. Com vontade de ter aquele momentinho meu na frente do espelho, de auto-cuidado, de prestar atenção nas linhas do meu rosto, e como eu poderia destacar as partes que mais gosto dele, como meus olhos. Aí eu lembrei que esses tempos comprei um delineador novo, e não usei sequer uma vez. É isso, vou usar delineador.
Enquanto estava ali, tendo o meu momento, comecei a pensar sobre as coisas que estou redigindo agora. Quando terminei a maquiagem, postei uma foto cuja legenda dizia algo como "não sei porque parei de usar delineador todos os dias".

       Houve um tempo em que eu não saía de casa, jamais, sem delinear os olhos. Comecei a me maquiar cedo. Aprendi com mamãe, que jamais saía de casa sem delinear os olhos, desde sempre. Sempre. Um lápis de olho e um batom eram essenciais para que ela exibisse o rosto para o mundo. E foi assim que eu cresci aprendendo a ser. Sem delinear os olhos, eu estava com "cara de doente". Eu tinha que sair de casa com "pelo menos um lapisinho no olho", que mais tarde evoluiu para o delineador. Sombra, base, corretivo, pó, batom, rímel... nada disso eu usava. Fui aprendendo aos poucos. Hoje, meu jeito de maquiar é muito mais maduro.

     Bem, postei a foto, pessoas curtiram. Pessoas comentaram, tecendo elogios. Uma desconhecida me abordou na faculdade, pra elogiar minha maquiagem, pedindo pra olhar de pertinho. Toda contente me mostrando a dela também. Fiquei feliz.
Mas o fato é que, colocando lado a lado a foto em que estou maquiada, e uma foto na qual não estou usando maquiagem alguma, me sinto igualmente bonita em ambas. Gosto dos meus olhos. Gosto do formato da minha boca, pequena, com os cantos levemente caídos. Gosto das minhas sobrancelhas grossas e arqueadas (que aliás são a parte do rosto que eu me recuso a maquiar). A maquiagem vem como um acessório para um dia em que estou com vontade de mais cor, não como uma máscara que me escraviza, atrás da qual eu preciso me esconder. Acho que pensar sobre isso me deu uma sensação de liberdade. Sentir-se bem consigo mesma, com olheiras e sardas aparentes ou não.


quinta-feira, 25 de agosto de 2016

Update e feminices...

Bem, eu deveria estar lendo um artigo de bioética nesse momento, ou estudando eletroterapia, mas vim aqui contar pra vcs uma histórinha que aconteceu hj.
Antes, me senti meio na obrigação de dar um update (vai que alguém quer saber, né?) em relação ao último post.

1° - Ainda estou habitando o cafofo, e tá quase tudo nos conformes, já dei minha cara pro meu canto, falta ajustar umas coisas, mas tá tudo xuxu beleza. Aquela cama ruim da foto não existe mais, agora tenho um box com colchão novo! Só não é tão bom quanto minha cama de Caxias porque né, ela é de casal, e meu pequenino cafofo não comportaria uma cama desse tamanho, aqui.

2° - Faz cerca de 1 mês que me matriculei naquela cadimia maravilhosa que comentei com vocês. Já fui fazer spinning no meu primeiro dia, depois de DEZOITO meses sedentária, e DOZE quilos mais gorda (que atribuo ao sedentarismo, aos miojos e às pizzas congeladas. E também ao bandejão da Santa Casa, porque NÃO DÁ pra se servir pouca comida com aquelas escumadeiras tamanho industrial! E pão + macarrão + arroz no mesmo prato é um mar de carboidratos pra se acabar!).
Obviamente meu condicionamento físico estava beirando o inexistente e eu me despedacei um pouco, mas acompanhei a aula até o fim. E não desisti. E agora, tô fazendo spinning 3x por semana. E pilates. E musculação todo dia. E tomando coragem pra fazer uma aula de funcional ou kangoo jump. 

3° - Acabei largando o yoga, porque ele acontece no pior dia da semana possível, aquele em que mal tenho tempo pra respirar, e ainda tô conciliando com a cadimia.

4° - Bandejão da Santa Casa, como vimos, é uma faca de dois gumes (ou legumes), porque ok, é prático ter onde almoçar todo dia, mas eu com certeza andava comendo uma quantidade absurda de comida que não era necessária. Bom, não vai mais ser um dilema, porque a Santa Casa resolveu vetar o acesso dos alunos ao bandejão, devido à superlotação. Agora, o lugar é restrito aos funcionários e não tenho mais onde almoçar. Em partes... porque né, tenho comida em casa. Que, no caso, eu cozinho. E assim, comecei a melhorar minha alimentação, reduzindo DRASTICAMENTE a quantidade de arroz no prato, não mais misturando com macarrão (plmrdds Valeska onde tu tava com a cabeça fazendo isso?) e PÃO ainda!!!! E aumentando consideravelmente a quantidade de proteínas e vegetais. 

5° - Com isso, espero que a próxima vez que eu vier falar com vcs eu esteja no mínimo 12kg menos gorda, pra pelo menos chegar no patamar de gordura que eu estava quando me mudei pra Porto Alegre. :)

Dito isso, vamos à historinha:

A algum tempo venho pensando em parar de tomar pílula anticoncepcional, por diversos motivos:
Cansei de me entupir de hormônio desnecessário todo dia, não estou em uma relação estável e, camisinha tá aí pra ser usada em qualquer eventualidade; 
Essa merda é cara e, puta que pariu, não quero mais ter que comprar essa merda todo mês;
Sem falar que (não sei porque) eu atribuí alguns sintomas como excesso de sono, dores de cabeça e etc, à ingestão desses hormônios, e quero retirá-los da minha vida pra ver se isso melhora e eu comprovo a teoria.

Enfim, acabou a última cartela, estaria na semana de pausa, mas decidi que não vou comprar mais. Pelo menos esse mês. Vou ver que diferenças sinto no meu organismo e etc e tal.

Bom, uma das diferenças que o anticoncepcional trouxe pra minha vida quando comecei a usá-lo, foi que meu fluxo diminuiu consideravelmente, e a menstruação durava bem menos dias. E sempre vinha no dia certo, marcado. O que convenhamos, é MARAVILHOSO. E foi o que me fez relutar por muito tempo em abandonar o uso da pílula, mesmo achando que ela tinha alguns efeitos adversos.
Agora que finalmente aceitei que largando a pílula vou muito provavelmente voltar a ter mais cólicas e um fluxo mais intenso, comecei a pensar sobre alternativas para o uso de absorventes internos/externos, porque é um inferno. Apenas. E aí, comecei a ler mais sobre o copinho. Ou coletor menstrual. Parece ser uma maravilha, prático, higiênico, reutilizável. Estou com vontade de testar, pra ver se eu me adapto à ele... e estou torcendo MUITO pra que eu goste, e nunca mais precise comprar um absorvente na vida!

Prazer, copinho.

Só que eu não conheço nenhuma loja física que venda essa merda! Aliás, se você é de Porto Alegre e sabe onde eu posso encontrar o copinho, dá um grito por obséquio! 
Eu já vi pra vender em algum lugar... só não me lembro onde. E na época ainda estava receosa, mas agora meu coração se abriu pro copinho, eu quero, eu preciso! Onde tem???

Eis que hoje, antes da academia, passei numa farmácia que fica no caminho. Vai que tem, né? Não custa tentar... vai que eu deixei de olhar no lugar mais óbvio de todos! Aí entrei, comecei a olhar em volta, circular pelas gôndolas, em busca do meu copinho. Aí aparece um piazote, funcionário da farmácia, não devia ter mais que 17 anos... enfim, ele se aproxima e pergunta em que pode me ajudar. Prestativo, o rapaz. Olhei ele nos olhos, séria, e indaguei: 

"Vocês vendem coletor?"

- Hã? (ele não entendeu do que se tratava.)

"Coletor menstrual, vocês tem pra vender?"

O guri ouviu a palavra MENSTRUAAAAL e arregalou o olho, e deu um riso nervoso, e me apontou os absorventes falando: "Se tiver, deve estar nessa prateleira aqui."

Olhei pras pilhas de absorventes. Obviamente não era o que eu procurava. Até achei uns coletores descartáveis... mas de que me adianta? Tira todo o propósito do copinho! O guri ficou parado do meu lado enquanto eu lia a embalagem desses descartáveis, meio que ainda não sabendo bem o que eu procurava. Coloquei de volta na prateleira, olhei pra ele, agradeci, e saí sem achar meu copinho. Mas rindo da situação.

Gente, esses moleques tem que aprender a lidar com a palavra menstruação, pelamor! As meninas tem que lidar com ela própria desde os 10, 12 anos... cês podem lidar ao menos com a MENÇÃO, né? E, mano... o moleque trabalha numa farmácia. Será que também fica chocado quando alguém vai comprar supositório? Camisinha?

Achei graça. 



--------------------------------UPDATE--------------------------------


Bem, eu achei e comprei o copinho. O copinho é algo maravilhoso, muito mais prático que absorvente interno (ou externo né, pelamor). A única coisa que me incomodou nele foi a haste, que irritou um pouco a pele depois de uns 3 dias de uso contínuo. Cortei um pedaço dela, e estou aguardando o novo ciclo pra testar se isso surtiu efeito.

Sobre o anticoncepcional, passei 2 meses sem usar. No primeiro mês eu sequer menstruei, meu corpo estava se readaptando. Mas quando eu menstruei sem pílula, ah... não deu. Cólicas terríveis. Fluxo maior e prolongado! Ah não... isso é um inferno. Eu sabia que ia voltar, mas tinha esquecido o quanto isso era péssimo. Não aguentei não, voltei a tomar a pílula. E well... estou em uma relação estável. O que não quer dizer que tive imposição alguma, voltar a usar a pílula foi uma escolha única e exclusivamente minha. :)

quinta-feira, 21 de abril de 2016

Um cafofo pra chamar de meu

Olá bonitos e bonitas. Tudo bem com vocês? Então tá bom. 
Comigo? Ah, comigo tá tudo ótimo! Quer dizer... bom, boooom, BOOOOOM assim não tá, mas tá bem melhor, tá bom. É, tá bom.
Quero saber se vocês se lembram desse post.
Nesse post, a Eka de um passado não tão distante disse umas verdades pra si mesma, que vou transcrever aqui pra facilitar e dar o gancho pra esse texto aqui, tá bom assim?
Então...

 "Estou sem perspectivas pra 2016. Eu sei que vou voltar pra Porto Alegre. Eu sei que vou voltar pra UFCSPA. Eu sei que vou voltar pra rotina trabalhosa e cansativa. Só não posso deixar ela me engolir. Nem quero voltar a me anular. 
Preciso arrumar uma maneira. Preciso dar um jeito de morar em outro lugar. De ter um pouco mais de liberdade. De privacidade. Preciso ter a liberdade de deixar uma baguncinha pra lá quando não estiver afim de arrumar. De almoçar fora quando não estiver com saco de cozinhar as 10hs da noite, pra levar marmita no dia seguinte. 
Preciso ter um tempo pra mim e FOR THE LOVE OF GOD....... preciso levantar essa bunda gorda e por ela pra fazer exercícios. Lembra do prazer que era aquela bomba de endorfina depois de uma aula de spinning, Valeska? Lembra como aquilo era gostoso? A quanto tempo tu não sente isso? Não tá legal esse sedentarismo. Não tá legal essa rotina, em que o ponto alto do dia é se encostar num sofá qualquer pra conseguir dar um cochilo. Não tá legal. Quero voltar pra universidade. sim. Mas não quero voltar pra essa rotina na qual não existe EU."
Então!!!

O que acontece é que depois disso, a Ekinha fez várias buscas, várias pesquisas, vários contatos, em busca de um apê. Foi/voltou de Caxias a Porto Alegre e vice versa algumas vezes, pra olhar apês que pareciam "o lugar perfeito". Deu com os burros n'água algumas vezes. (ainda se usa essa expressão? não, né... bom, quer dizer que tomou no cu, de um jeito mais sutil. Isso.).
Acontecia mais ou menos assim:

"MEU DEUS ENCONTREI O ANUNCIO DO APÊ PERFEITO, VOU LÁ VER!"
 Acerta com os responsáveis, vai pra Porto Alegre ~~~
 Leva bolo da pessoa que ia mostrar o apê, que diz que "quando puder avisará", e nunca mais ~~~
 Volta pra Caxias decepcionada sem nem olhar o apê e achando até bom pq essas futuras roommates  são cuzonas que dão bolo nas pessoas ~~~

Mais um tempo passa, Eka continua procurando, vasculhando, procurando anúncios. Eka até acha uma miga que quer dividir apê também, e cês passam a procurar juntas.

"MIGA ENCONTREI O APÊ PERFEITO VAMO LÁ OLHAR!"
 Lá vai Eka e a miga olhar o apê, fala com os responsáveis, marca data, vai, é recebida, tudo  maravilhoso, lindo, perto da faculdade, e aí o apê era tipo, UM LIXÃO. E caro demais pra um lixão,  na boa.
Volta a Eka decepcionada pra Caxias achando que nunca vai achar um apê decente a um precinho legal.

Volta o ano letivo. Volta a Eka pra velha poltrona em que dormiu todo 2015, pro apertamento, o lugar que não lhe pertence, pra velha rotina da qual já estava de saco cheio.

Passam dias, passa o mês, continua a busca. A miga que ia dividir contigo aparentemente se arranja em outro lugar, pq não toca mais no assunto. Ok, then... continuamos na busca.

Até que um belo dia...

Numa bela manhã de sol...
(mentira, era noite)

Outra miga chega pra mim e fala:

MIGA SUA LOUCA, ACHEI UM APÊ PRUCÊ MORAR!!!!!!
(tá, não foi exatamente assim, eu acho... mas é assim que eu me lembro)

E a miga me manda fotas do apê e ele é LINDU, e eu falo com uma mina que já mora lá e É MARA, e eu pergunto o precinho e ele é SUPER OK, e eu pergunto a localização e é PERTO DA FACULDADE, e eu pergunto se ainda tem vaga pra uma pobre estudante homeless e TEM DOIS QUARTOS VAGOS, e eu pergunto quando posso ir conhecer e PODE IR CONHECER AMANHÃ MESMO, e eu vou finalmente conhecer o apê e MEU DEUS, É ISSO, QUERO! OMG, ACHEI CASA!

Foi mais ou menos assim que aconteceu. É. Só que demorou coisa de um mês desde o dia que eu fui olhar o apê, até o dia que eu de fato me mudei pro apê. Pq tinha que levantar uns pilas pra pagar o aluguel né, lembra que sou estudante homeless pé rapada né.

Mas deu tudo certo

TENHO UM CAFOFO PRA CHAMAR DE MEU! OMG!

Não fazem nem duas semanas que estou habitando o cafofo novo, no momento em que lhes escrevo essa postagem. Terminei a mudança, que consistia em um armário, uma cadeira, e duas malas de roupa. E livros. E comida. Tiveram algumas turbulências, still settling down, mas tá um milhão de vezes melhor. Already! Uma outra hora dessas conto pra vocês. Quando tudo tiver do jeito que tem que ser, eu posso até fazer um "antes e depois", como era, como é. Vejam vocês que estou aguardando algumas mudanças positivas, que tão pra acontecer.
Ah... as roomies são super deboas e gente fina pacarai.
Por enquanto é isso que queria contar pra vocês à respeito do cafofo.

AHHHH... e pertinho tem uma academia que já fui conhecer, e lá TEM SPINNING, BITCH!!!!!!!!!!!!!!

QUERO! MUITO! PRECISOOOOOOO!!!!
Acho que vai rolar. Não sei exatamente o que estou esperando pra ir lá fechar a inscrição, me deem aquele empurrão, fassavor! Tô precisando!

Para não dizer que estou total e completamente sedentária, ainda... comecei a fazer yoga num projeto da universidade. 
Eu. 
Yoga. 
Eu que sou a pessoa mais sem flexibilidade do mundo. 

E ESTÁ SENDO MARAVILHOSO! 

E é 1 vez por semana, mas já é algo, um tempinho que dedico exclusivamente pro meu bem estar físico e mental. 

E sobre as comidas, Eka? Ainda tá cozinhando tarde da noite pra ter o que por na marmita do almoço do dia seguinte?

 NOT ANYMORE!!!!

Não, eu não tô RYCA pra comer fora todo dia.
Não, a UFCSPA ainda não tem RU.

Mas eu descobri os prazeres d'O BANDEJÃO da Santa Casa!!!!


Foto meramente ilustrativa.

Nem é tão ruim assim, o bandejão. É bem amistoso, a maioria dos dias.
Repete feijão e arroz todo dia? Repete. Mas troca o outro carboidrato sempre.
Não é tão barato quanto um RU, nem tão caro quanto um restaurante. Super viável!
E com toda certeza do mundo, infinitamente melhor que levar marmita.

Tá, vou por uma foto real de um dos dias melhores, pra vocês verem que não é tão ruim assim:



Things are getting better, guys... a Eka de um passado não tão distante ficaria feliz de saber que as coisas realmente iriam melhorar em breve. E a Eka do presente sabe que podem e que vão melhorar mais!

First day at the CAFOFO