quarta-feira, 3 de agosto de 2011

A Saga do Aparelho - "Mordida Profunda"

Calma calma, não priemos cânico! Esse nome maléfico (e pra alguns um tanto quanto pornográfico) não é nada do que vocês estão pensando! (ou eu acho que estão pensando...)
Mas enfim, vamos continuar de onde paramos:
Logo depois da colocação das bandas, passei alguns dias agoniantes de total dependência da "cera que faz sua bochecha deslizar por cima do ferro sem que este arranque sua pele", até que com o passar dos dias acredito eu que o tal calo na bochecha acabou mesmo se formando, e a banda parou de me rasgar. Menos mal, eu acho. >.>
Até que chegou o dia da colagem dos brakts. Precisa MESMO explicar o que são os brakts? ... ok... são os quadradinhos de metal que são colados nos dentes, por onde passa um fio de "arame" que é preso no mesmo por borrachinhas coloridas. (aquela parte que tu enxerga na boca da pessoa quando ela ri.)
Tudo certo. Só que não fui muito feliz na escolha da cor da borrachinha. Peguei um vermelho escuro que, segundo o meu namorado, fazia parecer que eu tava com "fejõezinhos" colados nos dentes. 
Mas esse ainda não é o foco principal do post. Lembram que eu disse que ia ter que usar um aparelho móvel antes, pra depois poder por o fixo na arcada inferior? Então... ele é chamado "corretor de mordida profunda".
Tá, mas tu não vai explicar que porra é essa afinal? - Você me pergunta.
Tecnicamente simplificando, quando fecho a boca os dentes de baixo ficam escondidos atrás dos dentes de cima. E algo que nunca na vida me incomodou, de repente se tornou um problema que precisava ser corrigido, uma vez que, da forma em que se encontra, torna-se impossível colar os brakts na arcada inferior.
Beleza, e qual a solução pra isso, senhora ortodontista?
"-Ah, é uma plaquinha pequena que tu usa no céu da boca... nem vai te incomodar, é só tirar pra comer!"
O CARALHO QUE NÃO!
Achei um videozinho perfeito (30seg) que exemplifica a ação desse pedaço de plástico no maxilar.

                

E é basicamente isso. É como tentar falar com uma tampinha de garrafa pet entre a lingua e o céu da boca. Tente passar um dia com isso. Tente DORMIR com isso. É.
Eu, falando, era a coisa mais bizarra da eternidade, o que virou motivo de chacota lá em casa. Mais ou menos assim:

Pai: "-MAS FALA DIREITO!"
Eu:  "- EU TXHÔ TXHENTÂNO MAXH NAO DA PRLA FALÁ DIRLEITO COM EXHA MERDHA NHA BOHCA, CAHRALHEO!"
Mãe/Irmão:  AHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA
Eu: "..."

Interessante foi a dentista falando que eu podia tirar pra comer, pra dar uma namoradinha, ou quando eu precisasse fazer uma leitura em voz alta no COLÉGIO. 
Pela segunda vez naquela clínica sou confundida com uma estudante colegial. Na primeira vez a moça não acreditou que eu realmente tivesse 20 anos. "Achei que tu tinha uns 16..". Optei por acreditar que isso é um ponto positivo.
Uma coisa que consola é saber que eu posso tirar essa ...coisa... durante algumas horas no dia, pra trabalhar. É uma desculpa real que veio bem a calhar, uma vez que preciso da minha voz pra isso. Dou aulas de inglês, e a pronúncia com uma "tampa de garrafa pet" na boca não agradaria a aluno nenhum. Ou daria a eles um motivo pra rir. :)