quarta-feira, 15 de junho de 2011

A Saga do Aparelho - A Panorâmica. (e as crentes).

Então, pessoinhas, dando continuidade à saga...
Logo após sair da dentista com o aval de cáries em mãos, me dirigí ao ...centro radiológico? Sei lá, me dirigi ao local onde eu faria o kit ortodôntico. Entreguei o encaminhamento pra moça da recepção, e fiquei aguardando ser chamada.
Salas de espera de qualquer lugar, pode ser de médico, dentista, de entrevista coletiva de emprego, enfim... esses lugares onde por alguns minutos todos se encontram naquele mesmo ambiente, reunidos para nada mais nada menos que esperar, sempre nos revelam criaturas bizarras. É como uma extensão daquelas "conversas de elevador", só que ao invés de durar apenas alguns segundos, na sala de espera elas se estendem por looongos minutos! Não sei porque, a maioria das pessoas simplesmente não se sente confortável com o silêncio, e sente necessidade de puxar um papinho. Desta vez, porém, se encontravam na sala não uma, nem duas, mas QUATRO crentes. Mas como você sabe que eram crentes? Ora, estavam todas usando saia abaixo do joelho e tinham cabelos que não viam uma tesoura a no mínimo 5 anos. First of all... fiquei meio indignada delas conseguirem usar saia naquele frio! Porque de fato estava frio pra caralho!
Uma delas devia ter no máximo uns 14 anos, a segunda uns 19, a terceira pelo que pude captar era mãe dessa (de uns 19), e a quarta já era uma senhora.
Felizmente não fui solicitada a participar da conversa, mas não pude deixar de ouvir, uma vez que a sala era pequena e a presença delas tomava conta do ambiente. Os flashes de que me lembro, eram coisas a respeito de tarefas domésticas. A menina de uns 19 anos conversando com a senhora sobre qual marca de cera dava mais brilho ao piso. Depois comentando que o marido dela (sim, marido) colocou carpete no apartamento logo antes deles casarem, mas que ela odiava carpete porque juntava montes de cabelo (aqueeeeele cabelo!) e era horrivel de limpar, e que odiava morar num apartamento porque ela queria uma casa, e que odiava quando o marido ia "pro sítio pescar" a 1h da tarde e voltava só as 10 da noite. 
PESCAR, HEIM??? ...OK SIR...
Na hora em que elas discutiam se o marido ia ou não voltar pra casa a tempo de ir ao culto, fui chamada pela moça da recepção pra fazer o meu kit.
Me dirigí a sala do raio x pra fazer primeiramente a panorâmica. Coloquei um colete de chumbo SUPER leve, e me enfiaram debaixo duma maquina que girou ao redor da minha cabeça. Depois mais um aparentemente da lateral do rosto. Tudo ok até aqui.
Depois disso me encaminharam para outra sala, onde tiraram fotos do meu rosto de frente, e de perfil (dos dois lados). E depois tive que deitar na cadeira de dentista, e aí começou o estupro bucal. Peças plásticas foram introduzidas na minha boca com o intúito de separar os lábios da gengiva pra mulher poder tirar fotos dos meus dentes. No total foram 6 fotos.
Quando eu achei que a tortura tinha terminado, ainda tive que morder um pedaço de cera quente, e ficar uns 10 minutos (5 em cima, 5 embaixo) com um outro molde plástico cheio de massa com um gosto horrível dentro da boca, pra tirar um molde da arcada dentária, com o qual seria feito um modelo de gesso.

Isso aqui não é meu, é só uma ilustração, cabeção!


Depois de tudo isso, com a boca dolorida e a cara toda suja de resto de massa, fui liberada. Passei antes no banheiro pra lavar o rosto e enfim sair correndo dali.

Continua...

quinta-feira, 9 de junho de 2011

A Saga do Aparelho - O início.

Não sou a primeira, nem serei a última pessoa no mundo a usar um aparelho ortodôntico. Assim como não sou, de forma alguma, a única a reclamar disso. Mas eu não ligo, afinal, reclamar alivia minhas tensões.
Sei que muitos que vão ler isso usam, ou já usaram aparelho, mas o descrito aqui serão apenas as minhas experiências com este... artefato tão popularizado no mundo moderno.
De qualquer forma... como foi citado no post anterior:
 "Quando eu era criança, a dentista falava pra mamãe não se preocupar, que meus dentes eram tortinhos, mas com o tempo, conforme eu fosse crescendo, eles iriam se arrumar sozinhos. Ok, senhora, aqui estou eu com quase 21 anos, e eles NÃO se arrumaram sozinhos. Let's do something about it."
 E foi isso, basicamente. Um belo dia me vi insatisfeita com a disposição em que meus dentes se encontram e resolvi que queria dar um jeito nisso. Como tudo na vida deve caber no orçamento familiar, lá fui eu procurar por toda e qualquer clínica odontológica e/ou consultório dentário que conseguisse encontrar no guia telefônico. Telefonei pra TODOS que consegui encontrar, o que deve ter dado uma média de uns 50 telefonemas, mais ou menos. E depois de toda essa pesquisa, consegui aliar preço/local/qualidade em um lugar que achei mais propício. Liguei marcando uma avaliação.
Fiz a avaliação, tudo belezinha. Me explicaram quais seriam os procedimentos à seguir. Além do aparelho fixo em sí, ainda precisaria de um outro aparelho móvel, à parte (que eu esqueci o nome agora) pra corrigir um problema em específico, e me permitir por o fixo na arcada inferior, também.

Voltei à clinica alguns dias depois pra assinar um contrato, colocar os separadores, e pegar um encaminhamento pra fazer um "kit" que consiste em uma panorâmica (raio x), fotos e moldes de gesso da arcada dentária. 
Mal sabia eu que aí começaria o meu martírio.



Pra quem nunca viu nem utilizou, os separadores ortodônticos consistem em inocentes anéis de borracha verde (olha a foto aí em cima, cabeção) que são enfiados sem dó entre os seus dentes, pra, como o nome sugere, separá-los.
Imagine que você está com uma catota de caroço de pipoca, ou um pedaço de carne com meio centímetro de espessura, atolado lá atrás (nos dentes de trás, ô imaginação fértil...), e não pode tirar até completar uma semana. Cada refeição se torna uma tortura agoniante, pior que enfiar uma agulha embaixo da unha. Você passa a se alimentar basicamente de purê, sopa, iogurte, polenta, ou qualquer coisa que não exija o uso dos dentes, porque o simples fato de pressionar algo contra eles na tentativa de mastigar, mesmo que seja simplesmente arroz, ja causa uma dor tremenda. Essa fase se torna uma dieta forçada, o que por um lado é bom, mas por outro, nem tanto. Tive que aprender a conviver com isso. Ao menos por uma semana, até poder voltar à clínica pra retirá-los, e colocar as bandas.
Nesse meio tempo, consegui marcar a confecção do kit ortodôntico, e uma consulta em uma dentista conhecida da mamãe, que daria uma espiadinha nos meus dentes à procura de cáries (que não encontrou) di grátis, e me daria por escrito um aval de que estava tudo ok, pra poder seguir tratamento na clínica.

Continua...