quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

E o que falar de 2013?

     Esse é mais um daqueles posts clichês de final de ano. Mais um ano aqui estou eu relatando pra vocês as minhas considerações. Posts de fim de ano, resoluções de fim de ano, retrospectivas...
     Esse ritual de fim de ano é como se fosse um ~ritual de passagem~. Como se alguém tivesse morrido. O nosso "eu" velho morreu, e agora, com a virada do ano, é hora de nascer o novo "eu", renovado, de alma lavada, mais disposto, mais comprometido, uma "atualização" no software da vida. (ok, isso foi meio weirdo).
     Sabe o que eu tenho a dizer sobre isso? BULLSHIT! Balela! Conversa fiada.

     Fazemos a contagem regressiva, comemos lentilha, pulamos 7 ondinhas, guardamos uma folha de louro na carteira. Vestimos calcinhas coloridas conforme o que queremos atrair. Nos abraçamos e desejamos uns aos outros tudo de melhor que possa existir, nesse novo ano que se inicia.
      E é só o novo ano engatar na rotina, que esquecemos tudo isso. Estouramos o limite do cartão de crédito. Comemos em um dia, calorias suficientes pra uma semana. E aquelas pessoas pra quem desejamos felicitações? Nem nos vemos ou nos falamos ou nos importamos mais. Somos absorvidos pela nossa própria vida, pela nossa própria rotina, pelos nossos desafios e stress e conquistas diárias. Pra no final, no ano seguinte, repetir tudo outra vez, falar que vai fazer diferente. Guess what. Não. 
      Você não vai fazer nada de diferente só porque o ano virou. Porque a mudança, meu amor, tem que acontecer em você. Não no calendário. Pouco importa o dia, o mês, o ano. 
       
      A vida nos dá um baldinho, e vai pingando nele dia a dia... gotinhas... coisinhas pequenas que começam a nos incomodar. De gotinha em gotinha. E a gente não liga. Ah... foi só uma gotinha. Só uma briguinha. Só uma discussãozinha. Só um momento desagradável. Só umas continhas atrasadas. Só uns quilinhos a mais. Está bom assim. É só uma gotinha. Algo assim tão pequeno não vai me afetar. Não vai fazer diferença nenhuma no universo que é a minha vida. Uma gotinha não é nada perto da capacidade desse baldinho que a vida me deu.

 




     Mas a verdade, meus queridos, é que uma hora o baldinho aonde fica pingando a goteira da vida se enche e transborda. Uma hora, não tem mais espaço pra tantos "inhos" que foram acumulando e acumulando e a gente simplesmente ignorou. Aquelas gotinhas, tão fáceis de enxugar quando sozinhas, quando recentes, agora se acumularam. Não tem mais espaço pra tantas "gotinhas" acumuladas no seu baldinho. Ele transbordou. Agora, além de limpar a molhaceira derramada, você tem que se livrar de toda aquela água. Tem que se livrar de tudo aquilo que encheu o seu baldinho, transbordou, e fez uma meleca na sua vida. 
      E a verdade é que raramente o "extravasamento do seu baldinho" vai bater com a virada do ano. Não adianta o ano mudar, se você continua o mesmo. Se você continua recebendo as gotinhas de bom grado, e não faz nada em relação a isso. Se você continua aceitando que as coisas são assim. Que sua vida é assim. Conformado na sua zona de conforto.






     Dito isso, eu retomo a frase que deu nome a esse post. O que falar de 2013?
2013 foi um divisor de águas na minha vida. O ano em que, lá na metade, o meu baldinho de karma extravasou. O ano em que me livrei de todas as minhas "gotinhas", que eu já vinha acumulando a não sei quanto tempo. O ano em que a última gota caiu. 
     O meu "ano novo" não aconteceu na virada do ano. O meu "ano novo" já começou, no momento em que joguei fora tudo de ruim. Saí da zona de conforto. Desafiei a mim mesma. Fiz o que parecia inalcançável. Me livrei das desculpas. Desatei nós e soltei todas as amarras. E não olhei pra trás.








     2013 foi um ano de altos e baixos. Uma montanha russa sentimental. Um ano em que decisões foram tomadas. Um ano em que de tanto me conformar, de tanto aceitar a situação em que me encontrava e dizer pra mim mesma que "com o tempo vai melhorar", sem fazer nada pra que isso acontecesse, acabei ficando no fundo do poço, coberta de lama e cocô. Fui pisada, cuspida e ignorada.
      Chorei muito até compreender que a mudança tinha que partir de dentro de mim. Escalei as paredes do poço, com sangue nas mãos. A cada atitude revolucionária, um pouco mais acima. A cada sentimento ruim deixado pra trás. A cada nova pequena conquista pessoal. Agora, estou bem longe do fundo do poço, mas ainda não alcancei o topo. E só depende de mim persistir e continuar escalando, ou soltar e me deixar cair novamente. Não. Cair não é uma opção. Deixar gotinhas se acumularem não é mais uma opção. 
     E as gotinhas que caírem? Bem. É impossível faze-las parar de cair. Mas é possível enxugá-las, uma a uma, assim que caírem. Não deixar acumular. Não deixar o baldinho encher. Não deixar a sua vida se transformar em uma meleca.
     Agora, acumularei sorrisos. Acumularei pequenas vitórias. Acumularei pequenas conquistas pessoais. Agora, encherei meu baldinho com flores. As gotinhas só servirão para regá-las. Para mantê-las vivas. Algumas gotinhas são necessárias pra que se veja com mais intensidade a beleza e o perfume das flores.  








     Em 2013,  eu esvaziei o meu baldinho de água, e plantei as sementinhas das minhas flores. Agora os primeiros ramos das minhas flores começaram a brotar. Que em 2014, então, essas flores cresçam ainda mais. Cresçam tanto que não caibam mais no meu baldinho. Que brotem tantas, mas tantas flores, que eu possa colhê-las, e dá-las de presente pros que ainda estão deixando seu baldinho encher de água da goteira. Pra que eles vejam como são bonitas, e cheirosas, e quem sabe plantem as suas próprias flores.
      E que eu continue escalando aquele poço, até um dia chegar no topo. A escalada, no começo, é árdua. Mas conforme vamos subindo, ganha-se um pouco mais de prática. Ganha-se ajuda. Ganha-se companhia de pessoas que assim como nós, estão escalando seus próprios poços. Encontra-se mais sementes, colhe-se mais flores pelo caminho. 



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     Esse texto, recheado de analogias, tem seu motivo pra existir. Entendedores entenderão.
Queria aproveitar pra agradecer aqui a todos os responsáveis por esses brotinhos de flor que estou cultivando. E até mesmo, aos responsáveis pelas gotinhas, que hoje só servem pra regar as minhas flores. 
     Que nesse ano novo, vocês esvaziem o baldinho de vocês antes mesmo de esperar que ele extravase. E que cultivem suas próprias flores. E que jamais desistam de escalar.

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Exame prático de Direção

     Eaí, meus queridos. Hoje venho por meio deste, enfim, colocar um ponto final nessa saga que estava em hiato na minha vida e no meu psicológico... mas que vinha me angustiando por dentro a cada aparente derrota. Pois lhes informo que finalmente... FINALMENTE... me livrei da auto-escola.
     Pois bem, vocês se lembram desse post aqui, no qual comecei meus relatos sobre minhas péssimas experiências iniciais com as aulas práticas? Constantes trocas de instrutor, um cara MUITO estranho que tentou me cantar, e aquelas divergências todas?
Se tu não leu, bem, seria legal que tu lesse ele antes de dar continuidade a esse texto aqui. Se tu tiver todo esse tempo pra perder, claro.
     Agora, se tu já leu, deve notar que o post é de JUNHO. E se lembrar que eu concluí falando que a novela ainda não tinha terminado. Que eu tinha sido passada para um instrutor novo, que estava sendo super elogiado, e que faria aulas num Corsa, e coisa e tal. Certo? É... agora já estamos em DEZEMBRO, e a novela finalmente terminou.
(Aliás, que poha é essa de já estarmos em dezembro? Pra onde foram todos esses meses que eu nem vi passar? Ah é... estava com o cérebro mergulhado em assuntos da faculdade. Que ficam pra um outro post. :)
     Então. Conheci meu instrutor novo, e fiz quase todas as aulas daquele pacotão das 20 necessárias, no tal do corsa. O instrutor era um tiozão gente boa pra caramba, que foi ficando meu amigo ao longo de tantas e tantas e taaantas aulas. Aprendi a dirigir direitinho, fazer balizas perfeitas, arrancar em morros com tranquilidade. (Moro na serra. Minha cidade é virada em morros. Difícil achar uma rua plana. Dirigindo aqui, se vira pró em arrancadas em morros inclinados. ¯\_(ツ)_/¯ ).
     Minhas aulas iam cada dia melhores. Até que o CFC resolveu comprar um carro novinho, 0km. Um Celta. E aposentar meu Corsinha. Assim sendo, umas 3 aulas antes do exame, troquei de carro.
E daí se eu tava totalmente adaptada ao Corsa, mesmo que o câmbio dele fosse tão duro que exigisse força pra trocar as marchas? E daí! O Celta era mil vezes mais macio, e 0km. Mas eu precisava me acostumar com ele porque o exame estava marcado!
     Estava toda confiante, me sentindo a fodelona! A pilota! Quase a reencarnação do Ayrton Senna! 
"É óbvio que eu vou passar!", eu dizia pra mim mesma. "Óbvio!"
     No dia 29 de julho, postei a foto abaixo no meu instagram, com a seguinte legenda:

"Última aula prática. Que assim seja!"


Ai que bonitinha. Que doce ilusão! Ultima aula... ultima aula!!! Ai, se eu soubesse o que me esperava. Teria mordido a língua mil vezes.
     Pois bem. No dia 30, um dia depois de tirar essa foto, seria meu primeiro dia de aula de anatomia sistêmica, na faculdade nova. E eu já comecei faltando! Muito bem! Porque o exame prático estava marcado pro mesmo dia e horário! Mas que maravilha. Tá né. Queria encerrar a novela logo, então fui pro meu exame. Se é que dá pra chamar aquilo de exame. O resultado? Foi ridículo. Catastrófico. Humilhante! Bizarro! Uma bela de uma porcaria! Tudo culpa da minha incapacidade de manter o controle sob o meu sistema nervoso, deixando a total e completa ansiedade me dominar.
     
     ROUND ONE. FIGHT!

     A minha definição pra esse primeiro exame, foi que o meu cérebro muito provavelmente saiu da minha cabeça, pulou pela janela do carro e saiu rolando pelo meio da rua. E eu o atropelei. 
     Sabem o que eu tive a capacidade de fazer? NADA. Eu não tive a capacidade de fazer absolutamente nada! Travei, simplesmente. Perdi o controle das minhas próprias ações. Não existia mais cérebro ou raciocínio, apenas um boneco retardado sentado no volante do carro. 
     Ok, a princípio eu estava nervosa mas fazendo tudo conforme eu conseguia me lembrar que deveria fazer. Até que quando me virei pra trás pra dar ré na baliza, vi o examinador atrás de mim e CONGELEI. Puxei o freio de mão por alguma razão totalmente inexplicável, com o carro atravessado no meio da vaga. E pra sair dali? Em vez de engatar a ré, engatei primeira. Obviamente o carro foi pra frente e não pra trás, e eu derrubei as balizas. Resumindo, fodi a porra toda. 
     NUNCA tinha sequer encostado em uma das balizas durante as aulas. Daí chega no exame e eu faço ISSO? COMO ASSIMMMMMMMMMMM! Meu instrutor ficou pasmo e boquiaberto, me perguntando o que eu tinha feito, e eu não sabia nem explicar. Ainda estava tentando entender o que tinha acontecido, e só queria ir embora dali. Estava retardadamente sem fala e em estado de choque. 
     Cheguei em casa chorando horrores, ainda tentando entender que merda tinha sido aquela, e porque é que eu tinha agido de tal forma e perdido completamente o controle sobre as minhas ações. Senti vergonha de mim mesma, vergonha de voltar lá, de marcar mais aulas, depois daquele vexame todo. E isso se transformou em uma agonia constante, de eu dizendo pra mim mesma que precisava voltar lá, e ao mesmo tempo relutando, dizendo que podia esperar mais um pouco. Ok, fiquei mais de um mês sem dar sinal de vida no CFC.

     ROUND TWO. FIGHT!

     Nem sei mais o dia em que resolvi dar as caras de novo. Deixei a poeira baixar e a confiança começar a querer reaparecer, pra só então voltar. Só sei que marquei mais um monte de aulas com meu instrutor gente boa, e marquei exame novamente. 
     Segundo exame. No qual cheguei confiante, novamente. Dessa vez fiz uma baliza impecável! Achei que passando da baliza todos os meus problemas estariam resolvidos. Fiz tudo super devagar, com toda atenção do mundo. Parei nas placas de "pare", não esqueci nenhum pisca. Fiz a tal da arrancada no morro tranquilamente. 
     Porque é que eu não passei dessa vez, então? Pois é. Eu podia muito bem ter passado. Só que estava tão neurótica querendo fazer tudo devagar com a maior atenção do mundo pra não fazer cagada de novo, que acabei indo devagar demais. 
     Em vez de acelerar um pouco antes de fazer a troca de marcha, simplesmente a fiz, dando uma certa "parada" desnecessária no meio da rua, na qual o examinador me descontou uns pontinhos. E a cerejinha do bolo, foi ter pego o cordão da calçada na hora de estacionar. Lá se foram no total 6 pontinhos negativos, e minha segunda reprovação. Nem fiquei triste dessa vez. Foram duas rateadas imbecis, mas passei tranquilamente por todas as partes consideradas difíceis do exame.

     Nesse meio tempo, mais gente descobriu que o meu atual instrutor era o melhor daquela birosca, e a agenda dele vivia superlotada. Dificílimo conseguir marcar aulas com ele. Mais difícil ainda, fazer com que essas aulas se encaixassem com os meus horários. Quando finalmente consegui marcar mais algumas aulas, ainda tive que adiar o exame por conta das provas da faculdade. Cada dia de exame que eu fazia, era uma aula de anatomia que eu tinha que faltar na faculdade. E não podia faltar no meio da semana de provas! Nesse período, quando estava me organizando pra fazer o terceiro exame, estava meio sobrecarregada de tarefas. Trabalhos da faculdade. Provas. Organizar coisas. Conseguir fazer tudo bem feito, em tempo hábil. Além do meu emprego e coisas relacionadas a ele. Passava os dias correndo de um lado pro outro. Vai pra faculdade. De lá direto pro trabalho, sem tempo pra almoçar. E do trabalho, direto pro CFC. E de lá, de volta pro trabalho. Correria total. Levei ao pé da letra a minha determinação de encher o meu tempo livre e a minha mente com coisas úteis, em vez de ficar remoendo porcaria e mágoas passadas relacionadas a todos aqueles mimimis que vocês muito provavelmente já leram pelos posts que fiz entre esse e o primeiro dessa "saga" da habilitação. Bem, me mantive extremamente ocupada, funcionou. E no fim das contas eu não tinha mais tempo nem pra respirar. 

     ROUND THREE. FIGHT!
 
     Terceiro exame marcado, em meio a um período conturbado. Não dei muita atenção pra ele. Estava com a cabeça cheia de outras mil coisas que também mereciam tanto quanto, ou até mais atenção. Acabei nem me preparando psicologicamente pra nada, fui pra esse exame só de corpo presente, e seja lá o que for. 
    Já não tinha mais muito o que aprender nas aulas. Ficava só passeando por aí, papeando com o instrutor sobre aleatoriedades da vida enquanto ele me dava as direções por onde seguir. No dia do exame, chovia. E eu estava meio deprimida por alguma razão que não me recordo. 
     Fiz minha baliza tranquilamente, já tinha feito tantas e tantas e tantas vezes que se tornou automático entrar e sair de primeira na vaga, sem nem precisar manobrar. Mas como já citei, estava com a cabeça em outro lugar. E nem me esforcei pra dominar o nervosismo.
      Durante o trajeto, liguei piscas pra esquerda quando o examinador falou claramente que eu devia ir para direita. Em outros lugares, simplesmente esqueci de sinalizar. Deixei o carro apagar. Total e completa falta de atenção. Mais uma reprovação pra minha coleção. 
ão ão ão. 
      O examinador me reprovou, mas depois foi me elogiar pro meu instrutor(que veio fofocar pra mim). Falando que percebeu que eu estava nervosa, mas que dirigia super bem, e que tinha visto que meus erros não eram coisas habituais. Que a cada erro estúpido, eu mesma ficava indignada: "porque é que eu fiz isso?". Falou pro meu instrutor que teria confiança até de me emprestar o próprio carro, porque eu era cuidadosa, e umas coisas assim. Mas que não podia me aprovar por causa dos errinhos bestas de sinalização.

    Ok. Eu já estava de saco cheio de ter que gastar uma caralhada de grana voadora a cada vez que reprovava em um exame por pura e simples imbecilidade. Pagando mais e mais aulas. Taxa do detran. Aluguel do carro. E lá se iam embora mais uns 200 reais de cada vez. Não tá fácil assim jogar toda essa grana fora! Disse pra mim mesma que aquela seria a ultima tentativa (até porque meu renach estava por vencer). 
     Já estava de saco cheio. Não aguentava mais a correria de ter que sair dos meus compromissos em horários aleatórios pra conseguir fazer aula. Não aguentava mais fazer aula também! Nesse ponto, meu instrutor já nem falava mais nada. Eu entrava no carro, ele dizia "vai lá pra tal lugar", como num taxi, e eu ia enquanto a gente conversava aleatoriedades. E era isso. Nem tinha mais o que ele me ensinar ali.

     ROUND FOUR. FIGHT!
 
     Quarto exame marcado. Na véspera, fiz tudo que pude pra evitar pensar nisso e me pressionar. Tentei relaxar e me divertir. E ter uma boa noite de sono. 
     Tomei umas boletinhas chamadas "ritmoneuran", contra ansiedade. Não, cara. Não me dopei. Foi só um calmantezinho fitoterápico pra me ajudar a ficar de boa. Ó... uma beleza.
      Dormi feito um anjinho. Quando acordei, tomei mais boletinhas e um chazinho com muito açúcar. Pensamento positivo. Passei a manhã toda dizendo pra mim mesma que "hoje vai. hoje é um bom dia". 
     Dessa vez não me deixei influenciar pelos papos das outras pessoas que estavam comigo aguardando pra fazer o exame. Falando sobre quantas vezes já tinham bombado. Falando dos seus respectivos casos de nervosismo e diarréia, e tremedeiras repentinas. Nesse dia eu bloqueei tudo de ruim que poderia vir de fora, e mantive o meu interior limpo.
      Pensamento positivo. E ainda mandava boas vibrações pra quem quer que fosse: "Vai lá, cara. Tu consegue!", eu dizia mentalmente pra totais desconhecidos com cara apática e nervosa. Na real, estava dizendo pra mim mesma também. "Vai lá, cara. Tu consegue!"
     E eu consegui, meus amores! Ah, eu consegui! Não fiz cagada dessa vez! Saí de lá abraçando a examinadora. Abraçando o instrutor. Saltitando pela rua. LIBERDADE! ME LIVREI DESSA MERDA! NÃO PRECISO MAIS FAZER AULA! AHAHAHAHA FINALMENTE! FINALMEEEEEENTE!!!! 
     Tô nem aí se eu vou continuar andando de ônibus ou a pé de qualquer forma, até que um belo dia eu por ventura consiga juntar uns pilas pra comprar um carro. Pelo menos eu passei por essa etapa de merda! 

ADEUS, ANGÚSTIA! ADEUS ANSIEDADE! ADEUS, SENTIMENTO DE CULPA!

 FREEDOOOOOOOOOOOOOM!!! FREEEEEDOOOOOOMMMMM!!!!


sábado, 12 de outubro de 2013

Sonhos

     Olá, queridíssimos leitores do meu humilde blog! Hoje venho eu aqui, por meio deste, falar-lhes de sonhos! Sim! Sonhos!!!



     - "Mas Eka, tu está falando daqueles deliciosos sonhos de padaria com recheio de doce de leite, chocolate ou creme?"

     - Não!

     - "Então só pode ser sobre os seus sonhos e projetos de vida.... viajar o mundo, aprender idiomas... ter uma casa ao estilo chalé, em um sítio com espaço suficiente pra criar muitos cachorros grandes... labradores, golden retrievers, são bernardos, terra novas, huskies siberianos e vira latas também! É... só pode ser sobre isso, eu sei que tu adora filosofar."

     - Também não!

     A verdade é que resolvi falar sobre sonhos comuns, desses que a gente tem durante a noite, e mal lembra quando acorda.
     Eu particularmente só lembro dos meus sonhos quando eles são bizarros, porque já acordo falando pra mim mesma: "QUE POHA FOI ESSA?"
Não entendo porque é que meu cérebro fica criando mil histórias mirabolantes enquanto ele deveria estar simplesmente desligado, descansando pra aguentar a rotina do dia seguinte.

     Normalmente os sonhos dos quais me lembro, além de bizarros são meio apavorantes de alguma forma. Não apavorante ao estilo filme de terror, nada que dê pra chamar de pesadelo e tal. Mas apavorante no sentido "pé no saco". mesmo.

     Já sonhei que todo meu aparelho (ortodôntico) tinha se descolado dos meus dentes e ficado em frangalhos soltos dentro da minha boca enquanto eu dormia. Uma sensação parecida com "mastigar cacos de vidro". Quer dizer, nunca mastiguei cacos de vidro mas deve ser mais ou menos assim. Daí já me imaginei recebendo mil esporros da minha dentista. "Quem mandou devorar um pacote todo de amendoim japonês? Agora vou te cobrar mais 1587465165489 reais pra colar toda essa merda de novo! Bwahahahaha! Olha! Caiu um dente junto!"
     Pois é. Eu já sonhei com isso mais de uma vez.

     Já sonhei também que tinha dormido de óculos, e o óculos tinha se entortado inteiro. Na verdade eu devo ter realmente dormido de óculos, e o sonho foi uma continuação fantasiosa da realidade. 
     E aí, no meio sonho eu "acordei" desse cochilo, (não acordei de verdade, acordei na história do sonho), com o óculos todo torto na cara. Levantei cambaleando e olhei praquilo, peguei na mão, falei "Puta merda!", e ainda atordoada comecei a tentar desentortar. Só que quanto mais eu mexia pra arrumar, mais ele se entortava, como um pedaço de arame velho que você tenta moldar como quiser mas nunca fica bom. E então eu entortava mais, e desentortava, e tentava colocar no rosto pra ver se dava pra usar assim, e o foco ficava errado, e ele não parava, e eu ia entrando em pânico. "Fodeu, mano! Vou ficar cega pra sempre sem essa merda! Eu preciso dessa parada! Como vou pra aula sem óculos? Como vou trabalhar? Não dá, não enxergo!"
     Até que eu acordei de verdade. E o meu óculos estava ali, intacto e bonitinho ao lado do meu travesseiro. Devo ter tirado do rosto alguns segundos antes de cair em sono profundo, e sonhar essa merda toda.

     Além de sonhar com as minhas coisas destruídas, já sonhei também coisas que, teoricamente, jamais aconteceriam de verdade. Todos esses tem, de alguma forma, ligação com a minha realidade em algum ponto. Por exemplo:
     Moro em um apartamento, no sexto andar. Quer dizer que, pra alguém poder bater diretamente na minha porta, primeiro tem que passar pelo portão e pela portaria do prédio. Ou seja, nunca ninguém bate na porta sem aviso prévio do interfone, a menos que seja algum vizinho ou o porteiro. Assim sendo, como em qualquer prédio normal, o interfone fica pro lado de fora do portão, na rua. E seguidamente é tocado por pessoas carentes, pedindo dinheiro.
     (Aliás, muito já demos dinheiro pra esse povo. Quando não tínhamos dinheiro, dávamos comida. E depois disso, já encontrei toda a comida jogada no chão, espalhada pela rua. Não era pra comer que tu estava querendo o dinheiro, né safadjinho? Mas ok, essa história fica pra uma outra hora.)
     Enfim, o sonho. Sonhei que em um dia como outro qualquer, alguns mendigos tocaram o interfone. Já não sendo a primeira vez, e já sabendo a procedência dos cidadãos que queriam me extorquir pra comprar tóxico, não atendi. Nem depois de muita insistência. EIS QUE então, não admitindo terem sido ignorados pelo interfone, os mendigos resolveram ESCALAR O PRÉDIO, e vir bater diretamente na minha janela! "-O dona! Só um trocado! Não vai me dá um trocado não?"
     Mano. Os mendigos do meu sonho estavam FAZENDO RAPEL!!! E depois de esmurrar a minha janela eles ainda desciam deslizando pelos parapeitos como se fosse um escorregador de playground infantil. Sim. WHAT THE HELL!

     Fora isso, já sonhei que tinha uma anaconda gigante que ia até o teto bem no meio da minha sala de estar, e tentávamos nos livrar dela jogando as únicas coisas que tínhamos por perto: as almofadas do sofá. Muito efetivo, não?
      Tiveram outros, mas do "acervo" que me lembro no momento, esses são os mais toscos. 
      Digam-me que não sou a única a sonhar tamanha estupidez! :P

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

E a conexão mental?

     Queridos leitores, principalmente os portadores do cromossomo Y, esse é o questionamento que vos deixo. E a conexão mental?
      Deixa eu explicar. (pra variar, sempre tenho que explicar).
      Ando enferrujada nesse lance de ~conhecer um cara novo~ e todos aqueles passos que te levam a pensar em possivelmente se envolver com ele.

     Homens em geral não tem muito critério, né? Não vou dizer que são TODOS, nem usar aquela máxima que diz que "todos os homens são iguais", porque eu sei que não são. Sei que existem diferenças e exceções, mas é difícil encontrar essas exceções, hein? Ser uma exceção é artigo de luxo!

     Acho que os "passos que te levam a pensar em possivelmente se envolver com alguém", na minha cabeça, estão em ordem inversa àquela na cabeça dos caras com os quais tenho ...interagido. 

     Não é possível, o cara mal trocou 5 minutos de conversa, não sabe dos teus gostos, não sabe dos teus planos, não sabe dos teus sonhos, não sabe quanto açúcar tu gosta no teu café, nem quantas colheres de toddy tu bota no teu leite. 
     Não sabe absolutamente nada sobre ti, além do primeiro nome (quando muito se lembra ou sabe escrever ele direito). 
     Mas isso não impede o cara de já querer chegar enfiando a língua na tua epiglote (dando aqui os devidos créditos à minha queridíssima colega de anatomia humana sistêmica, pela maravilhosa descrição). 
     Nãããão. Isso não impede o cara de vir te perguntar no whatsapp qual é a porra da cor da tua calcinha, e outras coisas mais, pra ter material pra tocar uma mais tarde. (tenho cara de xvideos?)
      Não. Isso não impede o cara de querer te buscar no trabalho, de noite, e te levar sei lá pra onde. E quando tu diz que NÃO, isso não impede o cara de ainda ficar de graça. "Tá com medo, linda?" ...na boa. Morra.



     Como assim, cara? E se eu tiver herpes? E se eu tiver alguma doença contagiosa? E se eu tiver bafo? Não tô dizendo que é o caso (porque não é) mas tipo, o cara NEM QUER SABER. 
     
     Sei lá, eu gosto de saber a procedência, saca? Gosto de saber o que se passa na cabeça do cidadão antes de pensar em um possível envolvimento. Saber dos planos, saber dos gostos, saber o que motiva aquela pessoa a acordar todo dia de manhã e ir à luta. Eu preciso disso! Eu preciso sentir que eu CONHEÇO a pessoa, e que tem alguma coisa a ver. Conexão mental!
      Conexão mental é algo muito mais essencial do que peso, altura, se tem barba, se tem grana, se tem carro... pode ter tudo isso, pode ser o Brad Pitt. Se não tiver conexão mental, NÃO ROLA, cara!

     O problema é que os "homens no geral" não querem nem te dar a chance de tentar estabelecer alguma conexão mental. Não até que tenham estabelecido algum tipo de "conexão física", e as vezes nem depois disso. Qualé! Qualé o propósito?
     
      Não tenho absolutamente nada contra a putaria. Sexo, beijo na boca e tudo mais. Muito pelo contrário. Todo mundo gosta de sexo! Isso é óbvio! Mas eu não fui feita pra esse mundo em que se "come" primeiro, e se pergunta depois. Me recuso a acreditar que ALGUÉM foi. Não somos animais. Não somos um pedaço de carne. Temos um cérebro, sabe... seres pensantes!
     Não sei com qual tipo de representante do cromossomo X vocês andaram saindo e se relacionando, pra achar que mulher, mulher de verdade, curte esse tipo de investida sem critério.
     
     Então, meus queridos, aqui fica o meu apelo a você que faz isso e se acha o fodelão. Se você não tá nem aí pra conexão mental e só quer um orifício pra brincar com seu pintinho, ao menos direcione as tuas investidas pro tipinho de mulher que tu tá procurando, e não pra mim. Ou então, se quer tentar algum tipo de aproximação real, se esforce um pouquinho pra sustentar uma conversa decente. Demonstre que se importa com a conexão mental. As vezes faz bem, sabe?

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Atrasada.

     Engraçado como eu sempre começo os posts explicando o título, e como ele não tem nada a ver com o que você provavelmente pensou. Bom, esse aqui não vai ser diferente. Na verdade vai, comecei com a "explicação da explicação". Enfim.
     Muitas vezes na vida, em vários aspectos, já me senti atrasada, já me auto-rotulei como atrasada. Mas não se trata de pontualidade, especificamente. Nesse quesito, sou até meio que neurótica, extremamente pontual, adiantada até, eu diria. E contraditoriamente, detesto atrasos. 
     Aonde me sinto atrasada, são nas coisas mais complexas. Coisas da vida. Decisões, e passos que a gente dá, que definem rumos e coisa e tal.




     Tudo na minha vida sempre aconteceu depois. Depois da "média". Depois que com a maioria. Ou ao menos um tanto diferente. 
     Quando novinha, enquanto minhas amiguinhas queriam brincar com seus celulares, eu queria andar de bicicleta. Enquanto elas estavam tendo suas primeiras paixões platônicas, escrevendo o nome de um carinha qualquer dentro de um coração da última folha do caderno, eu assistia pokémon e tinha vergonha de falar com meninos. Sim, eu já tive vergonha de falar com meninos. E acho que nunca passei pela fase de escrever nomes em corações na última página. 
     Enquanto elas estavam começando a ir pra baladinhas, e dando seus primeiros beijos na boca, eu superei minha "fobia" de falar com meninos, e descobri que eles podem sim ser ótimos amigos. E eles tinham figurinhas pra trocar, pra completar meu álbum do pokémon. 
No fundo a minha "fobia" era pura insegurança de que a menina gordinha ia simplesmente ser alvo de zoação, o que mais seria? E aí descobri que vários deles até me achavam legal. (alguns ainda queriam me zoar, alguns só me queriam como uma forma de aproximação com "aquela amiga gatinha", mas não se pode ter só flores na vida...)
     Quando eu finalmente fui pra uma baladinha, quando eu finalmente dei meu primeiro beijo na boca, algumas delas já tinham beijado mais caras do que conseguiam contar. Algumas anotavam em um caderninho pra não esquecer. 
     Quando tive então a minha fase de paixonites platônicas, algumas já tinham um namoradinho, que levavam pra casa pra namorar escondido enquanto os pais não estavam.

     E aí se passaram anos. Amigos se fixavam em seus empregos, enquanto eu tinha acabado de largar o meu primeiro. Amigos iniciavam faculdade, botavam faixa de "BIXO" na frente de casa, enquanto eu não sabia o que queria da vida, e ficava em casa jogando Donkey Kong, assistindo anime e aprendendo inglês.
     E quando finalmente tive meu primeiro namorado, o único cara que eu já trouxe pra casa, o único cara que apresentei pra família, algumas amigas já estavam noivando. E casando. Ou indo morar junto. 
     E eu pensando "gente, mas que cedo!" ...feliz da vida indo pro meu cursinho pré vestibular.

     Fui a última a dar o primeiro beijo. Fui a última a ter um namorado. Fui a última a ter um coração partido. Fui a última até a ter a primeira menstruação, mas isso não vem ao caso!
     Fui a última a resolver o que queria da vida, e hoje, enquanto estou feliz comemorando a minha decisão, feliz com o meu PRIMEIRO de muitos semestres de faculdade que ainda virão, feliz por ter um emprego que eu adoro (e que só conquistei porque, lá atrás, fiquei em casa "fazendo nada", e estudando inglês), e que me torna capaz de bancar meu próprio estudo... 
     ...enquanto estou comemorando esses primeiros passos, essas pequenas vitórias, meus amigos do tempo de escola compartilham fotos e convites para suas formaturas. Planejando casamento. Filhos.
     Vou, muito provavelmente, ser a última a me formar. Ser a última à sair da casa dos pais. A última a conhecer "o amor da minha vida". A última a aprender a dirigir! (ainda estou tentando tirar minha habilitação). E quer saber mais? Não estou com a mínima pressa!
     Sempre levei a vida no meu próprio ritmo. Meu relógio interno gira ao seu próprio passo. E não, eu não sou atrasada. Nem acho que os outros sejam adiantados. Só acho que a vida não é uma corrida. 
Não é uma competição pra ver quem "chega lá" primeiro. Até porque, a vida é uma eterna renovação. 
     Todo dia é uma oportunidade de começar algo novo. E o que eu faço, gosto de fazer bem feito. Não fazer por fazer, mas entrar de cabeça. Com todo meu potencial, com todo meu coração. E até encontrar o que me prenda, algo assim, apaixonante, eu levo tempo. E se não for pra ser assim, se não for pra ser intenso, que não seja.

     Hoje, meus caros, é meu aniversário. Hoje completo 23 anos. E quando falo que sim, tenho vinte e três anos, as pessoas tendem a não acreditar. Chutam que eu pareço estar na faixa dos 19. Seja por aparência física, seja porque estou fazendo hoje o que pessoas costumam fazer lá pelos seus 18, 19 anos. 
Entretanto, estou feliz por ter tomado as decisões que tomei somente agora. Quando eu tinha, de fato, meus 18 anos, não tinha a maturidade que tenho hoje. Não tinha a cabeça que tenho hoje. E tinha muito, muito mais inseguranças do que as quais eu conseguia lidar. 
     Hoje, eu aprendi a matar leões. Aprendi a levantar o queixo e dar a cara à tapa. Aprendi que a minha vida, e o rumo que ela toma, depende unicamente de mim, das minhas decisões. E principalmente, aprendi que ir na direção correta é muito mais importante do que ir rápido. De que adianta correr, pra chegar lá no final, olhar pra trás e se questionar? Sobre quais poderiam ter sido os outros caminhos, se tivesse parado um pouco mais pra refletir sobre a própria vida, os próprios gostos, as próprias vontades... o que você está fazendo hoje, é aquilo que realmente queria estar fazendo? Questione-se.

domingo, 8 de setembro de 2013

1º Vez (em um motel)

     Não, essa não é uma história romântica, ou uma história de amor. Muito menos um conto erótico. Atenha-se ao título do blog, esse é e sempre será o tema primordial das postagens, aqui. É óbvio que essa história não vai acabar bem, mas provavelmente acabará com você rindo da desgraça alheia. Esse, esse sim, é o objetivo! Porque primeiras vezes... a gente nunca esquece. (embora algumas vezes, queira).
      Não se trata do relato da primeira vez ever... mas da primeira ida a um motel, de fato.
Se você é virgem e quer ter sua primeira vez, e escolhe um motel como "o local ideal", a resposta é não. Junte as duas coisas: primeiro sexo e primeira vez em um motel. Pode ser traumático!
     Enfim... eu era quase casada com o cara. Quase casada no sentido de que a casa dele era minha casa, a cama dele era minha cama, eu escolhi e comprei os lençóis, os travesseiros, e o cobertor. Passávamos dias morando juntos, dormindo juntos, tomando banho juntos, cozinhando, almoçando e jantando juntos. Lavando a louça juntos. Não fosse pela minha quase nenhuma empolgação de me mudar de mala e cuia (e de cidade), e abdicar do meu próprio cantinho particular de vez. Mas as portas da minha própria casa estavam sempre abertas pra ele, também. Tipo "da família", sabe? O negócio é que ter lugar privativo definitivamente não era um problema. O que fez o 'uso' de motéis totalmente desnecessário, até então.
      Até que uma bela noite, a curiosidade matou o gato.
     Ele sabia que eu nunca tinha ido a um motel. Ele dizia que nunca tinha ido a um motel, também. (sei...)
    Férias. Estávamos rodando por aí, sem rumo. Ouvindo musica no carro, no talo, no maior estilo "infinita highway", cantando junto com o som, como se nossas vozes prestassem pra isso, como se não houvesse amanhã, como se não houvessem preocupações ou problemas no mundo. Just for fun. 
     Até que passamos por algumas luzes de neon. Seguimos caminho. Mais luzes de neon. 

(porque é que letreiro de motel é sempre em neon?)

       Trocamos olhares. E aí, vamos? Vamos. Em qual? Não faço a mínima idéia. Tem um ali na frente, entra à direita. É, vai ser esse aqui mesmo. É o que tem pra hoje. RG por favor? Qual a suíte? Pawww... a maior/mais cara de todas. Porque se é pra ir, que vá com estilo. 
    Chave na mão, paramos o carro na garagem da suíte. E à partir daí, começou o romance. Mentira. 
       Começou a parte de ~explorar o local~ ...ÓBVIO!
  

      Já viu criança entrando num fliperama pela primeira vez? Então... mais ou menos assim. Cada um corre pra um lado, apertando todos os botões, pra descobrir o que cada um faz. Abrindo todos os compartimentos. Descobrindo coisas. Igualzinho!







     A suíte tinha dois andares. No segundo andar, descobri uma banheira hidromassagem. Redonda. Enorme. Meu sonho (de pobre) era ter uma banheira em casa, pra brincar com quilos de espuma, depois me encostar e relaxar como as pessoas fazem nos filmes, e/ou nos comerciais de shampoo infantil. 

<~ mais ou menos assim.

Quando na realidade, o que sempre tive foi uma ducha gorducha, da corona, pela qual a água escorria sem nenhuma pressão.
     Tomar um banho de banheira era algum tipo de realização, sei lá. E ali estava uma banheira, todinha pra mim... digo... pra nós. 

Apertei um botão aleatório na parede, e de repente O TETO SE ABRIU! Chamei ele pra ver. Tá aí! É por aqui que vamos começar! Calor, hidromassagem, sob um teto de estrelas. Entrei em êxtase! "Quero um troço desses na minha casa, agora!" - pensei. 
Onde é que liga? Espera encher! Olha! Tem sais de banho! ~~~boooolhas de sabão~~~ 

(◕‿◕) (◕‿◕) (◕‿◕) (◕‿◕) (◕‿◕) (◕‿◕) (◕‿◕) (◕‿◕) (◕‿◕) (◕‿◕) (◕‿◕) 
 
      Sim, meus amigos. Sais de banho. Sais de banho foram a minha ruína.
     Haviam 2 tubinhos de sais de banho ali. Já me imaginei nadando em espumas sem fim.
    Despejamos o primeiro tubinho INTEIRO na banheira, sem dó. Entramos na banheira, e tal e coisa, e coisa e tal... de repente a espuma começou a sumir. 
     - "Como assim??? Mas que propaganda enganosa! Cadê aquela coisa igual dos filmes, que a espuma cobre toda a água? Ah não... calma aí, ainda tem outro tubinho! Vou usar ele também. Peraí que vou lá buscar." (péssima idéia).
     Pois é, meus amigos. Péssima idéia. O negócio é que, como a banheira ficava numa área externa, ela era contornada por granito, embutida na pedra, sabe? Tinham degraus de acesso e tal. Degraus esses, cobertos de sabão. Mais lisos que pista de boliche. 
      Só deu tempo de ele me dizer: "Cuidado pra não escorregar!"- Tarde demais.
     Foi um tombo lindo, não fosse tão trágico! Dei um loop de 360° no ar, antes de cair estatelada de costas no chão! 
     Tá, óbvio que não dei um loop, mas foi como eu me senti. Fiquei sem ar. Não sentia mais nada. Ele levantou desesperado pra ver como eu estava, e me ajudar a levantar. 
     Morrendo de dor, e com a dignidade no fundo do poço, peguei meu segundo tubo de sais e voltei pra dentro da banheira, pra ver se a água quentinha aliviava minha dor. Pro inferno com esses sais, nem queria mais! 

    Ele levou na boa, e riu da situação, claro. Rimos, os dois. Eu teria rido mais, se não tivesse doído tanto.
     Claro que depois disso, os planos da noite não foram mais os mesmos... consegui quebrar o suposto encanto da noite, do local.
      Quando finalmente a dor começou a aliviar, saímos da banheira. Ok, vamos tomar uma chuveirada pra tirar esse sabão, e ir pra cama, então. 
      Não gostei da cama. O colchão era ruim, fino e forrado. Revestido com algo gelado que fazia barulho quando a gente se mexia. Parecia recoberto por couro sintético, com um lençol por cima. 
     O que me fez imaginar o porquê disso. 
     E a conclusão que cheguei não foi das mais legais.
     Ora, pessoas iam frequentemente naquele lugar pra trepar. Se fosse um colchão comum, o pobrezinho absorveria fluidos corporais de dezenas e centenas de estranhos. Sem chance. 

    Aquela cobertura impermeável no colchão permitia que o mesmo fosse limpo. Ainda assim, essa percepção tornou o local ainda mais desconfortável. 
     Depois de tudo isso, obviamente o ~amor~ não fluiu como deveria, como o imaginado. Nem perto disso. Nem 20% disso. Eu só queria voltar pra casa, pro colchão de sempre, o qual eu sabia a procedência. Mas não falei nada. Tadinho do cara, pagou a pernoite e a situação ficou completamente fora dos "padrões". Ele virou pro lado e dormiu. 
     Já eu, não consegui pregar os olhos naquele lugar, naquele colchão. Fiquei deitada desconfortavelmente na mesma posição, o resto da noite (porque virar pro outro lado era impossível, estava tudo latejando devido ao tombo). 
     Fiquei lá, com os olhos arregalados no escuro, imóvel, morrendo de dor, ouvindo os roncos dele, e os ...barulhos... das suítes vizinhas. Alguém ali tinha se dado bem... bem melhor que eu.
      Amanheci com um hematoma roxo/preto, inchado e enorme, na região da omoplata esquerda. Lembrança do meu vexame. A marca e a dor ficariam ali por pelo menos mais duas semanas, até pensarem em começar a mudar de cor... ficar esverdeado... amarelado, até então, finalmente sumir. 
       Tomamos café da manhã, praticamente quietos, e fomos pra casa como se nada tivesse acontecido.


(não reclamarei mais da minha gorducha...)
 

sexta-feira, 19 de julho de 2013

Ter, ou não Ter... eis a questão!

     Não me julgue pelo título do post. Sim, ser é muito mais importante do que ter, quem você é é o que define você nesse mundo, e não o que você tem, e bla... bla... bla.

 Mas não estou me referindo exatamente à posse, a bens e coisa e tal. Estou me referindo à filhos.





     Quem já conversou comigo, ou acompanha meu twitter, ou facebook e o escambau, sabe que filhos não estão nos meus planos. Sempre pensei no meu futuro como uma vida independente, ter um emprego que eu ame, onde ganhe o suficiente pra viver confortavelmente, e feliz. E ser livre pra viajar. Pelo menos uma vez por ano. Conhecer o mundo. Nunca parar de estudar, aprender todos os idiomas que meu cérebro conseguir assimilar como uma esponjinha, e passar um tempo em algum país, depois em outro, e talvez outro... aprendendo sobre a cultura, aprendendo a cozinhar as comidas diferentes que eles tem em cada lugar, aprimorando minhas skills no idioma, e coisa e tal. O mundo é tão grande! Há tanto pra se aprender, pra conhecer, pra que ficar se prendendo a um lugar, e restringir a vida a ele, não é mesmo?
     Pode parecer uma jornada meio solitária para os padrões sociais de "casar, construir uma casinha e encher de crianças", mas não me imagino com uma vida assim. Não vou dizer que é medíocre... não é isso. Só... não é pra mim. Ser dona de casa. Ser ~a mulherzinha~ de alguém. Minha vida é minha, se alguém quiser me acompanhar, que venha, se não, fica pra trás meu amor!


     You may say I'm a dreamer... but I'm not the only one...
Devem haver outros ~dreamers~ que também sonham em fazer isso em algum ponto da vida. Ainda conhecerei algum, disposto a me acompanhar nessa jornada. Se não, também, vou na minha. O mundo tem bilhões de pessoas pra se conhecer! Bilhões de possibilidades!
     Mas vamos voltar ao ponto onde esse post começou. Filhos. Realmente, não vejo filhos nesse futuro que planejo pra mim, por uma série de motivos. 
     Um deles é que um filho exige atenção. Não vou ter um filho pra deixar largado em uma creche, ou largado pra minha mãe cuidar, enquanto eu vivo a minha vida. Se é pra ter, que cuide. Direito. Limpe a bunda, dê comida, banho, acorde de madrugada pra amparar, eduque, de carinho. Não largue o SEU filho pra outras pessoas cuidarem. Nem se essas "outras pessoas" forem seus pais, avós da criança. Ele é seu, a responsabilidade é sua (e do pai, obviamente). Eu acho que minha mãe já teve a cota da vida dela de "cuidar de bebês", cuidando de mim e do meu irmão. Ela fez, ela cuidou. É justo eu fazer e largar pra ela cuidar? Não, se eu fizer, eu cuido, certo?
     Outro motivo, é que filho exige dinheiro. Desde antes de nascer. Montar o ~quarto do bebê~ deve custar uma pequena fortuna. Daí tem médico, anestesista, hospital. Depois tem fraldas, roupinhas que mudam de tamanho a cada poucos dias, mais fraldas. E papinhas. E mais tarde tem material escolar, e escola, e mil e uma coisas que criar uma outra vida exige. ~Ah mas existem serviços públicos, creches, escolas~ você me diz. E a qualidade do negócio? Depois, não quero largar a criança no meio de mais umas cinquenta, pra uma mulher estranha cuidar sozinha. E pra ter grana pra bancar tudo isso, terei que trabalhar com todo meu suor. Não que isso seja um problema, mas ser livre pra trabalhar com afinco exige que eu caia na questão numero um: largar a criança pra outras pessoas cuidarem. Daí a criança cresce e tu nem vê, porque tava ocupada correndo atrás do sustento dela.
     Acho que essas são as questões principais. E também, não vejo como arrastar uma criança pra vida ~dreamer~ de peregrinar por aí, que citei antes. Até porque nem sei se vou ter grana pra isso, pra EU poder fazer isso. Daí a fazer isso arrastando uma criança que não tem nada a ver com a história, comigo? De jeito nenhum!
  

     O que me levou realmente a escrever esse post, entretanto, não foram meus "não-planos" sobre filhos. Foram os planos de terceiros, que de certa forma me chocaram, no sentido de como a cabeça do ser humano é pequena, em alguns casos.
     De novo, quem acompanha meu twitter deve ter lido uns relatos aí, mas enfim... vamos a eles. Esses dias estava eu, na sala de espera da auto-escola, esperando meu instrutor novo (que por sinal é muito bacana), pra fazer mais uma aula prática. Nisso, ouvi uma moça conversando com outra. Veja bem, não foi intromissão, ela estava falando ALTO PRA CARAMBA. Não tinha como NÃO ouvir. O fato é que ela estava falando sobre como estava indo a dieta dela, e do ódio pela nutricionista, que não deixava ela comer nem um chocolate sequer. E da necessidade de emagrecer tudo que queria nos próximos 6 meses, porque no fim do ano ela queria engravidar.
     Fiquei pasma, tipo: "Gente, como assim? Como assim ela QUER engravidar? Como assim ALGUÉM quer engravidar?" Na minha cabeça, engravidar é algo que vem sempre associado à palavra "EVITE". "Evite engravidar". Tome anticoncepcionais, use camisinha. Previna-se. Previna-se de pegar uma dst, ou ...um filho. Podiam fazer campanhas disso. Tem tanta gente aí, parindo à rodo, sem a mínima estrutura emocional e financeira pra criar uma criança. Gente que ainda nem amadureceu a própria cabeça, já arrumando uma outra vida pra criar e educar. O problema é que os únicos pré-requisitos pra uma criança vir ao mundo são um pênis e uma vagina. E hormônios. Não há critérios! Não há pré-requisitos. Não há um lugar onde você assine, alegando que está preparado psicologicamente, emocionalmente, e financeiramente pra ser mãe/pai. Simplesmente ...acontece. Se você quiser. Se não se cuidar, e prevenir. Ou se você for leviano, nem que "só por uma noite". E aí, é pra vida toda, meu bem. Não é algo do qual você enjoa e descarta. É um compromisso. De vida. Da sua vida, inteiramente dedicada agora a um outro serzinho.
     Veja bem, você que tem um filho. Não me odeie. Eu não odeio crianças. Só não quero uma pra chamar de minha (e não compreendo como alguém possa de fato querer). Mas tem gosto pra tudo! :)
     
     No dia seguinte, topei com essa moça de novo. Dessa vez fui eu que bati um papo com ela. Ela entrou novamente no assunto, então resolvi perguntar que idade ela tinha. Dezenove anos. 19! Casada a 3. Casada DESDE OS DEZESSEIS ANOS! E estava lendo um livro chamado "Casamento Blindado: O seu casamento à prova de divórcio".
     Daí eu me pergunto. PRA QUE? Pra que casar tão cedo, meu bem? Me coloco no lugar dela e, com 16 anos, se comparado ao que sou agora, era totalmente uma pirralha. Aos 19, não sabia o que queria da minha vida. Agora aos 22, recentemente, comecei a dar um rumo concreto pra ela. Porque alguém iria querer um filho aos 19 anos? Pelo que eu vi do livro que ela estava lendo, e pelo que ela me contou sobre o casamento dela, deve ser pra segurar o marido. 
     Bom... só digo que não tem filho nesse mundo que "segure" um cara. Se ele quiser te trair, ele vai. Se ele quiser te largar e só voltar pra ver a criança de vez em quando, ele vai. É justo? Não. Mas a vida é injusta. E é o que eu disse antes... é um compromisso que você assume com essa criança, pro resto da sua vida. Daí depois a criatura se separa, e sai à procura de qualquer otário pra dar um teto, pra brincar de casinha, e pro filho ter alguém presente pra chamar de "papai". :)

   Mais tarde resolvi googlear sobre o livro, pra ver do que se tratava, e pasmem. É livro de crente. "Descubra como ~resgatar o amor~ e proteger o seu casamento dos ataques constantes que tentam destruí-lo." Vendido lado à lado com livros do senhor Edir Macedo.
     Por "resgatar o amor", entende-se que o cara tá saindo pra pescar piranha todo fim de semana, e a mulher em casa, lendo essa tralha, e dizendo pra si mesma que "é só uma fase". Os "ataques constantes que tentam destrui-lo", devem ser das piranhas, certo? Cara... tem mais é que dar um pé na bunda desse infeliz, chutar o cara pra bem longe da sua vida! Não se amarrar ainda mais a uma relação que já não existe mais, e ainda colocar uma criança no meio. 
     Sensatez anda em falta nesse mundo.

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     Só pra finalizar, se liguem nessa reportagem que saiu na Zero Hora um tempo depois dessa postagem ser escrita:

quarta-feira, 3 de julho de 2013

Mãe, o que é isso?

   Hoje um menininho, no auge dos seus não mais que 4 anos, fez a alegria do meu dia. Garantiu umas boas risadas. Nada melhor do que ver o constrangimento alheio perante a inocência infantil, pra dar um up no humor de qualquer um, certo? É, pode ser.
     Negócio é que saí do trabalho e lembrei que tinha que passar na farmácia. 
    Aliás, algum dia alguém me explica o que eu tenho de errado, que não consigo entrar numa farmácia e sair de lá sem um esmalte novo. Quem vê até pensa que eu faço a unha toda semana, que só posto fotos de unha no instagram, e tenho um blog de nail art. Bem, meu blog... tem um título auto-explicativo, meu instagram tem basicamente fotos minhas e de comida de gordo, e só faço a unha quando dá uma inspiração dos céus (de vez em nunca). Mas tenho uma caixinha cheia de esmaltes. Vai entender. Enfim... não era disso que eu estava falando.
   Depois de escolhido meu esmalte novo, fiquei esperando na fila do caixa pra comprar um remédio. Tinha uma moça na minha frente, mãe do menininho. Enquanto ela se distraía falando com a atendente da farmácia, o filhinho dela de distraía com a gôndola de camisinhas. Até que ele escolheu uma. Vermelha. Levantou-a acima da cabeça e disse "MÃE, O QUE É ISSO?".
     Quando a mãe resolveu prestar atenção na criança, e viu a que ele se referia por "isso", soltou um "E agora?". Olhou pra mim, pessoa mais próxima, e me perguntou: "E agora, o que é isso?" 
Falei que era algo que por enquanto ele não ia precisar usar. Ela continuou pensando. 
"-Âãããhhmmm... ãhmmmm... ah... é um bandaid. "
"-Eu quero, mãe!"
"-Mas a moça não vende pra criança."
"-Mas mãe, tem uma onça!" - e enquanto ele falava, continuava se erguendo na ponta dos pés com a camisinha acima da cabeça, tentando colocá-la em cima do balcão do caixa.
Daí então veio a melhor parte. A mãe disse pra ele: "A moça só vende esse pra gente grande."
E sabe qual foi a resposta dele? Ora... foi a melhor resposta de todas!
"-Mas eu sou grande! A minha prof vive falando que eu estou tão grande, que ela nem consegue me carregar no colo mais!"
    Tive que rir. Não consegui segurar o riso. Nem a atendente da farmácia conseguiu. E o menininho continuava insistentemente tentando alcançar o topo do balcão e jogar a camisinha lá em cima, enquanto a mãe tentava desesperadamente enfiar a carteira de volta na bolsa pra sair dali o mais rápido possível.
    Quando finalmente conseguiu, guardou a camisinha de volta na gôndola, pegou o menino pela mão, saiu e não olhou pra trás.


"Tem uma onça!"
Não, a Prudence não me pagou nada pela propaganda gratuita, nem me deu um estoque vitalício de produtos da marca nem nada...

quarta-feira, 12 de junho de 2013

Aquele sobre o Valentine's Day.

Antes de começar, não, não é "gringuismo" querer chamar a data de "Valentine's Day", em vez de "dia dos namorados". O negócio é que o conceito de valentine's day é muito mais abrangente do que a forma como essa data foi trazida para o Brasil, simplesmente "dia dos namorados".
Valentine's day é uma data para celebrar o amor. Não apenas o amor apaixonado. Mas o amor entre amigos, o amor família. Pra demonstrar pras pessoas que a gente gosta, que a gente gosta delas. Valentine's day engloba todos que tem um bom sentimento no coração, por alguém. Não apenas enamorados, não apenas casais.

Ironicamente, se tornou uma data em que muitos se sentem excluídos por "não participar", por não ter um(a) namorado(a). Que torna algumas pessoas amargas. 
Também se tornou uma data em que casais ficam mais preocupados com fazer reserva pra não pegar fila do restaurante caro, ou com o presente que serão obrigados a dar pra não passarem por insensíveis (apesar de não fazerem a mínima ideia do que comprar), do que com realmente passar alguns bons momentos com a pessoa que ama, e demonstrar isso. 

Muita gente odeia o valentine's day. Ou porque "é uma data comercial", ou porque "não tem ninguém pra passar o dia", ou porque "não aguenta ver tanta gente apaixonada por aí". Qual é, galera. Parem de agorar a felicidade alheia, aprendam a ser felizes com vocês mesmos! Chega de tanta amargura, né? Vamo se amar, galera!

Eu estou saindo de um namoro. A ferida ainda não cicatrizou por completo, e tem dias que ainda sangra um pouco. Agora por causa disso eu tenho que odiar aqueles que tiveram mais sorte do que eu nos seus relacionamentos? Óbvio que não! Amem-se! O amor é sim, lindo, quando sincero e verdadeiro. Faz a gente se sentir nas nuvens! Faz o mundo ao redor girar devagar! Faz todos seus problemas desaparecerem! Olho no olho, sintonia mútua. Uma longa conversa, agradável. Colo e um cobertor. Um vinho. Carinho. Isso é infinitamente melhor do que qualquer restaurante caro, ou qualquer presente comprado de ultima hora.
Feliz de quem sabe como é amar assim. Feliz de quem conserva no coração todas as coisas boas que já viveu, e não se deixa amargurar pela felicidade alheia.

Tudo na vida passa, galera. As coisas boas passam, assim como as ruins. Todo dia a vida se renova. O que fica é aquilo que se carrega dentro, na mente, no coração. 

Partindo do princípio de que o valentine's day é um dia pra demonstrar pras pessoas que a gente gosta delas, venho por meio deste agradecer a você, que fez ou faz parte da minha vida. Agradecer a todos os amigos que me deram ou vem me dando força e apoio nesse ultimo mês, nesses últimos dias que tem sido difíceis pra mim. Agradecer ao suporte emocional da minha família, aos puxões de orelha, e aos incentivos. Agradecer à minha mãe, pelas palavras sábias, e pelos abraços. Agradecer à minha aluna pequenina, que me presenteou com um pirulito hoje, e me arrancou um sorriso. E também aos meus outros alunos, pelo cachorro quente que fomos comer depois da aula. Agradecer até mesmo ao meu ex namorado, por ter me mostrado e também aprendido comigo como é a vida desse lado, quando a gente ama do fundo do coração, e contribuído tanto pra minha bagagem de vida. Agradecer pelo amadurecimento, e pelo aprendizado. Pela vasta experiência de vida. Vocês todos fizeram ou vem fazendo a minha vida mais alegre.
Afinal galera, a vida é isso, viver é isso. Uma troca mútua e continua de nós com o mundo, com as pessoas. Você recebe aquilo que dá. E no final das contas o que fica são as suas memórias. Aproveite o fim do dia pra abraçar as pessoas que tu gosta, que estão aí pertinho de ti, pra conversar um pouco, rir, em vez de ficar amargurado reclamando da felicidade alheia nas redes sociais. 

Sejam felizes.


domingo, 9 de junho de 2013

O dia em que fui assediada por um instrutor.

     Olá, galerinha sangue bão.
     No post anterior, deixei uma deixa (oh rly) do que viria por aí. E cá estou eu pra contar pra vocês mais uma das proezas que a vida me apronta, nessas pequenas tragédias cotidianas.
Quem me segue no twitter acompanhou mais de perto a minha indignação diária com uns lances que vinham acontecendo, relacionados às minhas aulas práticas de direção.
Aliás, se tu ainda não me segue, tá esperando o que, mané? @Eka_ ...é nóis!
Pois bem. Vou alterar levemente o nome dos cidadãos envolvidos, pra poder falar o que bem entender deles tranquilamente sem ninguém me encher o saco, beleza? Beleza. Então senta que lá vem história.

     Dia 24 de Abril - Fiz a prova teórica, e passei. 
     No dia seguinte, fui até o CFC com o resultado, pronta pra marcar minhas aulas práticas. Pensava em começar imediatamente. Não foi o que aconteceu. Aparentemente pessoas que trabalham não podem fazer as aulas práticas fora do horário de trabalho, porque eles não atendem nesses horários. Pra melhorar, minha agenda de trabalho tem horários variados e aleatórios ao longo da semana, de acordo com meus alunos... de manhã, de tarde, de noite. Enfim. Foi complicado arranjar algum instrutor que tivesse horários na agenda, que batessem com os meus. Mas encontrei. Pra começar dia 27 de Maio. Pois é, mais de um mês depois.
     Meu instrutor seria um tal de "Cleber", e eu aprenderia a dirigir em um pálio, foi o que me disseram.
     Nunca cheguei a conhecer o Cleber.

     Passado quase todo o mês de espera, recebo uma ligação do CFC, solicitando que eu trocasse alguns dos meus horários, caso houvesse a possibilidade, pois havia alguém que precisava muito do meu horário pra poder fazer a prova. Fui lá, como uma alma de bom coração, trocar meu horário.
    Descobri que minha agenda já estava completamente alterada, sabe-se lá porque. Metade das aulas estavam marcadas para o pálio do senhor Cleber, e metade das aulas estavam marcadas num gol, com outra  instrutora, a senhora "Ivana".
     No fim das contas, nem a senhorinha da recepção que estava marcando as minhas aulas entendeu o porquê disso, apenas mudou a agenda de novo, pra que todas as aulas fossem feitas no mesmo carro, com o mesmo instrutor. Acabei ficando somente com a dona Ivana, no gol. Adeus pálio, nunca cheguei a dirigi-lo.

     Antes mesmo de iniciar as aulas com a dona Ivana, recebi outra ligação do CFC, me informando que 3 das primeiras aulas deveriam ser canceladas/remarcadas, porque a senhora Ivana estaria indisponível. Mas que minhas aulas iniciariam normalmente, no dia 29. E assim foi. Dia 29 tive minha primeira aula com dona Ivana, no gol. Dona Ivana é uma senhorinha gente boa, mas meio medrosa. Ok, ela estava se borrando de medo de andar pelas ruas desertas comigo, a noite. É inverno, escurece cedo. A aula começava as 20hs. 
     Vale lembrar que eu nunca havia dirigido nada mais potente que uma bicicleta, na vida, e não tinha noção alguma dos comandos do carro. O gol não tinha luz interna. Nem sequer via os pedais. Mas ela me botou pra dirigir por aí de qualquer forma. Até que não foi tããããão ruim assim. Quando passávamos por pessoas suspeitas paradas em ruas desertas, ela me mandava até acelerar mais. Beleza.
     Sabe, eu até fui com a cara da senhorinha Ivana, apesar de tudo. Mas ela me informou que à partir da semana seguinte, trocaria de turno... não trabalharia mais de noite. Trocaria de carro também, ou seja, trocaria de alunos. E não soube me informar qual instrutor ficaria responsável pelos alunos do gol.

     Dia 31 de Maio, eu tinha uma aula marcada pras 17hs. Saí do trabalho direto pro CFC. Cheguei lá e perguntei quem seria o meu instrutor. Não seria. Eles simplesmente NÃO tinham outro instrutor pra disponibilizar para os alunos do gol. Seu "Omar", responsável pelos agendamentos, anotou meu número de celular e também o de casa, e ficou de me ligar na segunda feira, dia 3, pra me informar se eu teria ou não aulas no dia seguinte. Voltei pra casa desolada. (E o senhor Omar nunca me ligou.)

     Dia 4 de Junho, teria mais uma aula. Estava marcada pras 20 horas. Como o senhor Omar não ligou ou deu sinal de vida pra me avisar sobre minhas aulas, ao meio dia peguei o telefone e liguei pro CFC, procurando informações. Queria saber se já haviam arranjado um instrutor pra mim. A mocinha que me atendeu não soube me informar, disse que eles estavam resolvendo aquele assunto no momento, e me pediu pra ligar de novo mais tarde. 
     Mais tarde eu estaria trabalhando... a tarde toda. Mas arranjei uns minutinhos pra tentar ligar do celular. Celular este que diga-se de passagem não funcionou, uma vez que nesse lindo dia TODOS os celulares da Claro, na região, ficaram sem sinal. Por mais de 24 horas. Não preciso nem dizer né, fiquei incomunicável. Eu havia passado o meu número de casa também, mas óbvio, ninguém ligou. 
     Saí do trabalho e fui pro CFC descobrir o que tinha acontecido, o que tinham decidido. Dei de cara na porta. Não tinha ninguém lá pra me informar, somente o instrutor teórico, e este também não sabia de nada. Voltei pra casa mais uma vez, sem sucesso.


       É aqui que a novela começa a ganhar forma...

     Dia 5 de Junho, já indignada com o descaso da situação, e com o rumo que tudo estava tomando, liguei novamente pro CFC. Me informaram que já tinham arranjado um instrutor, um tal de "Célio", e que as aulas daquele dia ocorreriam normalmente. Vibrei! Finalmente! Minha aula desse dia estava marcada pras 20 horas. Hora marcada, lá estava eu novamente no CFC, pronta pra minha aula. Eis que olho a agenda deles, onde eu deveria assinar, e me deparo com ISSO:


     Sim meus queridos. Valeska sou eu, e sim. Eles fizeram essa proeza mesmo que vocês estão vendo. Riscaram meu nome do horário das 20hs, e alteraram porcamente à caneta, pras 16hs. E NÃO ME AVISARAM. Nem sequer perguntaram se eu estaria disponível às 16 horas. A resposta era NÃO. Eu tava trabalhando a essa hora! 
     Fiquei esperando lá, sozinha, até umas 20:15hs, quando entrou no CFC um cara magrelo, com os dentes estragados e totalmente desalinhados, com uma jaqueta duas vezes o seu tamanho, e um boné de posto de gasolina. Me perguntou se eu tinha aula, e com que instrutor.
     Eu falei: "-Sim, com o Célio, é tu?" ...ao que ele respondeu: "-Sim, sou eu, mas eu não tenho aluno nenhum essa hora, acabei de dar minha última aula do dia, entrei aqui pra bater o ponto e já estou indo embora, tenho que ir pra faculdade."
     Fiquei indignada. Dei um piti. Falei que eles estavam me fazendo de palhaça. Que meu horário estava na agenda, e alguém porcamente havia riscado, mas estava ali! E ninguém havia me comunicado da mudança!
     Ele disse "-Bah... eu até te daria a aula mas tenho mesmo que ir pra faculdade, tenho prova. Tu mora perto daqui? Quer uma carona?"

Beep! Sinal vermelho. Ele é o instrutor, pensei. Vou ter que andar de carro com ele pra lá e pra cá, de qualquer forma. E minha casa é perto. Ok, aceitei a carona.

     Ele veio o caminho todo botando a culpa no senhor Omar, responsável pelos agendamentos, dizendo que avisou pra ele que não poderia ficar até aquele horário, naquela noite, que havia pedido pra ele me ligar, perguntar se eu poderia ir de tarde, e que ao invés disso o senhor Omar havia simplesmente mudado o meu horário sem me comunicar, e foi isso. Já estava ficando com raiva do pobre senhor Omar.
      A essa altura, Célio me deu seu cartão, com seu numero de celular pessoal, e perguntou a que horas eu poderia ter aulas no dia seguinte. Bem, pro dia seguinte eu havia marcado as 17horas, mas poderia até mesmo as 16hs. Então ficou combinado que ele me pegaria numa rua próximo ao meu trabalho, que é perto do CFC (sim... ele foi me buscar. lol) ...no dia seguinte, às 16 horas, pra fazer duas horas de aula seguidas, e recuperar a que foi perdida na noite anterior. Cheguei em casa puta da cara, mas achando que finalmente havia solucionado o problema.

      Dia 6 de Junho, as 16 horas, eu me encontrava plantada na rua esperando o tal do Célio aparecer. Assim que começou a chover, e eu lá sem guarda chuva né, claro... ele parou o golzinho da auto escola pra eu entrar. Beleza. 
     Fomos pra umas ruas mais vazias, e ele largou o carro na minha mão. Saí dirigindo, seguindo as instruções dele, tranquilo, até aí tudo bem. Até que tudo começou a ficar estranho.
        Célio começou a falar comigo como se eu fosse uma das suas chegadas. Pois é. 
Começou a me chamar de "meu amor". De "minha branquela"... 
  "-E esses seus cabelos cor de fogo, são naturais?" ...  
  "-Vou te escabelar todinha"... 
  "-Vai, negrinha, tá nervosa amor? Tem que ser uma mulher relax!" ... 
  "-Vira na próxima a esquerda, ruivinha"... 

     Indicou que eu seguisse o caminho que passava na frente do prédio onde eu moro. O prédio é antigo, mas tem uma fachada bem bonitona, até. Ele começou a achar que eu tinha grana. Perguntou se eu morava sozinha ou com meus pais, se eles eram empresários.
     Dei vários cortes. Disse que não. Que o prédio era bonito por fora, mas por dentro era pequeno. Ri, como se estivesse levando as gracinhas dele na brincadeira. Mas estava com nojo, e louca pra sair dali. 
     "-Como pode um mulherão desses ser tão nervosa, tem que ser uma mulher relax, branquela!" ...Aff.
     Quando finalmente o tempo das duas aulas acabou, e foram DUAS HORAS aturando as falácias do sujeito no meu ouvido sem poder fazer nada além de cortar educadamente, ele mandou parar o carro perto da minha casa. Perguntou que horas seria a minha próxima aula, no dia seguinte. 
     Eu tinha marcado duas, das 17 até as 19 horas. Ele falou que não podia nesse horário. De novo. E me mandou ir no CFC as 8 da manhã se quisesse ter aula, senão ficaria sem, novamente.
     Mas que porcaria é essa, hein! Não poderiam ter me arrumado um instrutor menos tarado, e que seguisse a porra da agenda? Disse que ok, iria as 8 da manhã. E desci do carro. Correndo. E fui pra casa,  novamente puta da cara, de mau humor por causa de... bem... de tudo. E ainda tinha que sair de novo pra dar aula pra minha turma da noite (pelo menos meus alunos desse horário eram uns amores). 
     E ainda teria que aguentar mais uma hora do lado daquele cara na manhã seguinte.

     Dia 7 de junho, 8 da manhã, estava eu no CFC novamente. Célio chegou, pegamos o carro e eu saí de lá dirigindo. Andamos por todo o meu bairro. E pelo centro. As falácias dele diminuíram um pouco, mas não totalmente. 
     Quando a aula acabou, informei que eu teria mais duas aulas no dia seguinte, sábado. Ao que ele respondeu que "nem pensar", e me mandou remarcar. 
     Pois bem. Entrei no CFC e fui falar com o senhor Omar. Reclamei muito. Perguntei se eles não podiam me arrumar um instrutor que seguisse a porra da agenda, mesmo que eu tivesse que mudar de carro, que tivesse que mudar todos os meus horários. 
     Falei pro senhor Omar sobre todos os apelidinhos que Célio resolveu colocar em mim. 
     Senhor Omar ficou indignado, me trocou de instrutor na hora, e disse que iria reportar o caso ao diretor do CFC. 
     Também falei pro senhor Omar sobre o mingué que o Célio havia passado, no primeiro dia em que nos encontramos, sobre não poder me dar a aula porque tinha que ir pra faculdade, porque tinha prova.
      Seu Omar me olhou incrédulo e disse: 
 "-Faculdade? O Célio? O Célio é mais analfabeto que eu! Olha pro porte da pessoa e veja se ele tem porte de alguém que frequenta uma faculdade."
     Realmente... não tem. Não querendo ser preconceituosa com o coitado, mas ninguém vai pra faculdade com um bonezinho de posto de gasolina. Vai? E se ele tivesse grana pra bancar uma faculdade, bem... ele com certeza arrumaria aqueles dentes. Nojento.

     Enfim, meus queridos. A novela ainda não terminou. Senhor Omar me pediu desculpas por tudo, e me garantiu que todos tem elogiado o novo instrutor, para o qual ele me passou. Ainda não o conheço, mas terei aulas com ele na semana que vem. Num corsa. Veremos qualé! Ao menos me livrei do maníaco com cara de mendigo!


 ~~~~~Update do futuro~~~~~

O instrutor novo era excelente. Ganhei um carro novo. (não meu, do CFC. Eu só dirigi ele por um tempo). E hoje, 3 de dezembro de 2013, a novela finalmente terminou! Se quiser saber como essa história continua, clique aqui.