quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Crônica de um dia quente

     Era início de Dezembro. Ainda não oficialmente verão, mas pelo clima, poderia ser. Uma quinta feira de trabalho, como outra qualquer. Dois ventiladores ligados na sala, que não surtiam efeito algum. Ar condicionado? Nenhum. Na cabeça aquela moleza que só o calor excessivo, ou uma taça de vinho sabem causar. A diferença é que o vinho é agradável, principalmente em boa companhia. O calor? Não.
     Ao cair o fim da tarde, ainda com bastante sol por conta do horário de verão, o suor escorria pelo pescoço no trajeto de volta pra casa. Ao chegar, alívio. Com as roupas grudando no corpo, a unica vontade que tinha era de um banho. Já.
     Abri o chuveiro. Ouvi um som estranho, tentei acender a luz. Nada aconteceu.
"- Não me diga que acabou a energia. Justamente agora? Isso não vai me impedir de tomar meu banho tão esperado, mas não mesmo!"
     Não tive dúvidas. Enfiei-me debaixo do jorro de água fria, que em contato com a pele quente causou arrepios na espinha. Aguentei firme. Frescura é coisa de mulherzinha. 
Depois de me adaptar à temperatura da água, o banho ficou agradável e refrescante. Uma delícia.
     Quando estava prestes a terminar, eis que a energia retorna, e a água finalmente começa a aquecer.
"- Aquecer? Agora que já estou gélida? Agora que superei o "choque" do primeiro contato com a frieza, você vem querendo me aquecer? Pois vá embora com seu calor, que já não o quero mais."
     Não tive dúvida alguma. Desliguei-o e prossegui com meu banho. Frio. Até o fim.

     Lembrando que esse pequeno diálogo foi direcionado ao meu chuveiro, mas poderia muito bem não ser. E a lição que podes tirar disso é: Nunca tente esquentar o corpo de uma mulher, quando minutos antes fostes o responsável por deixá-lo frígido. Serás duramente ignorado

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